O carro é um popular com lampejos de um modelo premium.
Motores priorizam a economia e têm desempenho comedido.
Lançado há 28 anos, líder de mercado desde 1987, o Volkswagen Gol finalmente passou por uma grande reformulação, algo que não acontecia desde 1994. O G1 andou nas duas versões do novo modelo, equipadas com os motores 1.0 (a partir de R$ 28.890) e 1.6 (a partir de R$ 32.290), durante um test drive de ida e volta entre as cidades de São Paulo e Taubaté (aproximadamente 300 Km). E comprovou na prática que, se o Gol atual já é o mais vendido, o Novo Gol deverá nadar de braçadas frente à concorrência.
Mas, antes que o caro internauta se anime em demasia, é bom frisar que toda essa mudança tem preço. E não é de apenas R$ 28,89 mil como o propagado pela Volkswagen. Quer dizer, pode até ser, mas por esse valor você leva para a garagem o Novo Gol “streap tease”, no qual até a cobertura do freio de estacionamento e o temporizador do limpador de pára-brisa são opcionais.
É verdade que equipamentos como pára-sóis com espelho, banco do motorista com ajuste de altura, controle interno manual dos retrovisores laterais, relógio digital e ajuste de altura dos cintos de segurança dianteiros, que antes eram impensáveis em modelos populares, estão lá de série. Mas dirigir um carro sob garoa com limpador sem temporizador é tarefa para mestre de yôga pós-graduado...
Sendo você um ser humano com paciência normal, não se esqueça de pedir um dos inúmeros módulos de opcionais oferecidos pela VW, no caso específico o Módulo Funcional I – que também entrega limpador, lavador e desembaçador do vidro traseiro.
Os preços dos módulos de opcionais não foram divulgados separadamente, mas certamente farão o Novo Gol custar mais. Todo o resto é opcional e está pronto para ser consumido em época de crédito abundante e financiamento longo.
A eclética lista inclui desde equipamentos básicos como alças de segurança no teto, luz de cortesia com interruptor nas portas, preparação para som e rodas de aço 14 polegadas; até sistemas presentes em modelos de segmento superior como coluna de direção regulável em altura e profundidade, volante multifuncional, computador de bordo e rádio MP3 player com entrada USB, SD-Card e Bluetooth.
E esse comportamento “bipolar”, que varia entre um carro popular e um modelo superior, é recorrente no Novo Gol. Ao abrir a porta você se depara com um interior bem cuidado nos detalhes, os encaixes das peças não têm rebarbas e o design é harmonioso – remetendo a um hatch médio como o próprio VW Polo. Mas basta você tocar o painel, de plástico rígido, para perceber que se trata de um modelo de entrada.
Nem poderia ser diferente, afinal o Novo Gol é o modelo de entrada da Volkswagen desde que o Fusca foi aposentado. Na prática, o modelo mais barato da linha será o atual Gol Geração IV vendido em versão única, e despojada, de duas portas (o Novo Gol, por enquanto, só tem quatro portas).
Um dos pontos mais criticados do Gol era a posição longitudinal do motor. Mas o que interessa a você internauta, a posição em que fica o motor? Muito. Não pela posição em si, mas no que ela acarreta. O motor longitudinal ocupa mais espaço e acaba roubando centímetros preciosos da cabine.
Com o motor na transversal (todos os carros atuais são assim), o Novo Gol ficou mais espaçoso e, conseqüentemente, confortável – mesmo tendo perdido 5 mm na distância entre eixos. O porta-malas manteve os 285 litros de capacidade da versão anterior.
Em ação, o modelo novamente permeia entre o popular e o premium – tarefa facilitada pelos modelos destinados para a avaliação, que contemplavam a maioria dos opcionais. Olhando o painel completo, com computador de bordo e comando do rádio no volante, parecia que estávamos dirigindo um Polo.
Sentimento que era potencializado graças à leveza dos pedais de embreagem, que é hidráulica; e do acelerador, que é eletrônico; e à precisão do câmbio, herdado do hatch premium da VW. E é justamente essa sensação que os engenheiros e designers da montadora queriam dar ao Novo Gol. E conseguiram.
Mas o motor VHT 1.0 logo me fez cair na real. Não que tenha um desempenho ruim para um motor de mil cilindradas, afinal gera 76 cavalos de potência e 10,6 mkgf de torque (com álcool), mas carro premium não vem equipado com motor 1.0 (se bem que a VW lançou o Polo 1.0 em 2003, mas logo viu o erro e o tirou de linha no mesmo ano).
Na versão 1.6, o modelo fica mais esperto. São 104 cavalos de potência e 15,6 mkgf de torque (com álcool), que casam melhor com a proposta esportiva do design do Novo Gol. Não espere, porém, acelerações generosas nem retomadas acachapantes. O motor tem bom desempenho, mas se mostrou um tanto moroso comparado aos outros 1.6 do mercado.
Isso se deve porque a VW priorizou a economia. Em números divulgados pela montadora, o modelo 1.0 faz 14,1 km/l (gasolina) e 9,6 km/l (álcool) na cidade e 18,6 km/l (gasolina) e 12,6 km/l (álcool) na estrada; enquanto o 1.6 faz 13,1 km/l (gasolina) e 8,8 km/l (álcool) no tráfego urbano e 18,5 km/l (gasolina) e 12,4 km/l (álcool) em uso rodoviário.
Fonte: G1
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